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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Luciano Perrone



Luciano Perrone
8/1/1908 Rio de Janeiro, RJ
Baterista. Percussionista. Compositor.
Seu pai, o maestro Luis Perrone, foi chefe de bandas militares e diretor de várias orquestras do Rio de Janeiro, entre 1908 e 1918. Sua mãe, Noêmia Franklin Batista Perrone, também dedicou-se à música, tendo sido pianista. Iniciou-se no aprendizado musical em família. Em 1913, ingressou na Schola Cantorum Santa Cecília, no Rio de Janeiro, onde teve aulas de canto com o Padre Alfeu Lopes de Araújo. Tornou-se então solista do coro, apresentando-se em vários recitais. Chegou a contracenar com o famoso tenor Enrico Caruso na Ópera Lodoletta, de Pietro Mascagni (1863-1945). Com a chegada da adolescência e com sua voz mudando de timbre, não pôde mais cantar. Nessa época, seu pai faleceu e a família passou por dificuldades financeiras.
Não deixou os estudos pois a família conseguiu-lhe uma bolsa para cursar o Ginásio São Bento, no Rio de Janeiro. Em 1922, fez a dublagem de Jackie Coogan, no filme "The kid" (O garoto), de C. Chaplin. Na ocasião, substituiu o baterista da orquestra que fazia os efeitos sonoros do filme, iniciando assim sua carreira como percussionista e baterista profissional. Conheceu Radamés Gnattali ainda na década de 1920. Com ele e Bernardino Vivas, aperfeiçoou-se nos estudos musicais. Em 1968, aposentou-se como funcionário da Rádio MEC.
Tornou-se o mais famoso baterista do Brasil. Atuou com vários maestros, entre os quais Sílvio Sousa, Chamek, Rafael Romano, Eduardo Andreossi, José Rodrigues e Pichman, tocando em inúmeros shows realizados em cassinos, hotéis e cinemas. Em 1927, já participava da Orquestra de Simon Bountman e fazia suas primeiras gravações na Odeon. Já demonstrava seu estilo original, introduzindo a batida do samba na caixa surda, na época uma inovação, pois os bateristas alegavam ser tecnicamente impossível realizá-lo. Em 1929, como já estava muito requisitado, alternava suas atividades trabalhando com a orquestra de J. Cristóbal, na revista "Banco do Brasil", de Marques Porto e Luís Peixoto, e de várias gravações na Odeon, RCA Victor e Columbia. Em 1931, fez o acompanhamento de "Faceira", de Ary Barroso, interpretada por Sílvio Caldas na peça "Brasil do amor". Em 1932, atuou na orquestra do Teatro João Caetano, na encenação do espetáculo "A Marquesa de Santos", de Viriato Correia. Nesse ano, gravou na Columbia os sambas "Padeço por ti", de Osvaldo Lira e Otaviano Romero, "Meu sabiá", de Bonfíglio de Oliveira e Lamartine Babo e "Um beijo só", de Bonfíglio de Oliveira e Cândido das Neves. Gravou ainda, com Alberto Ribeiro a rumba "O vendedor de pipoca", de Bonfíglio de Oliveira e Alberto Ribeiro e, com Bonfíglio de Oliveira, ao trompete, a valsa "Alvorada", de Bonfíglio de Oliveira e Orestes Barbosa.
Em 1950, foi eleito pelo público, o melhor baterista do ano, recebendo o diploma instituído pela Rádio MEC, com a assinatura do maestro Eleazar de Carvalho e do apresentador e locutor Paulo Santos. Recebeu o mesmo prêmio nos dois anos seguintes. Em 1951, participou como solista da orquestra organizada para o concurso de música popular criado por Radamés Gnattali e Paulo Tapajós, na Rádio Nacional. Em 1956, gravou com sua orquestra os sambas "A voz do morro", de Zé Kéti e "Sorriu pra mim", de Garoto e Luiz Cláudio. Também nesse ano, gravou na bateria, com Radamés Gnattali no piano e Vidal no contrabaixo, os sambas "Faceira", de Ary Barroso e "Bate papo a três vozes", de Radamés Gnattali. Em 1958, recebeu homenagem no programa televisivo do apresentador Flávio Cavalcanti, o "Noite de gala". Com sua orquestra acompanhou o cantor Luiz Bandeira na gravação do samba "O samba com Luciano" e o samba-canção "Laurentino", ambos de Luiz Bandeira.
Em 1960, fez excursão pela Europa com o sexteto de Radamés Gnattali, o Sexteto Continental, em um programa cultural financiado pelo MEC e instituído pela Lei Humberto Teixeira, a fim de divulgar a música brasileira no exterior. Em Portugal, apresentou-se com a Orquestra Sinfônica de Lisboa, tocando obras eruditas de Radamés. Participou, ainda, dos concertos-conferência de Joraci Camargo no Teatro São Luís e na TV Portuguesa. Exibiu-se em vários outros países europeus: na França, participou do programa televisivo parisiense "Grand gala", apresentou-se na Unesco e na Cidade Universitária da Sorbonne; na Inglaterra, exibiu-se na Universidade de Oxford, no Teatro Alhambra, no Royal College of Art e no Wilgmore; na Itália, apresentou-se no Palácio Antici e na Rádio Televisão Italiana. Foi músico integrante da Orquestra Sinfônica Nacional, atuando como timpanista. Atuou também na Orquestra da Rádio MEC, onde trabalhou de 1961 a 1968. Trabalhou, ainda, na TV Excelsior, desde 1963. Recebeu, em 1967, o grande prêmio internacional do disco, instituído pela Academia Charles Cros, de Paris, pela gravação dos ritmos brasileiros em seu LP "Batucada fantástica". Em 1972, ano da comemoração de seus 50 anos de vida artística, gravou "Batucada fantástica", volume III.

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