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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Augusto Vasseur



Augusto Teixeira Vasseur
 3/9/1899 Rio de Janeiro, RJ
 8/12/1969 Rio de Janeiro, RJ
Pianista. Violinista. Compositor. Professor.
Nasceu no Rio de Janeiro, mas passou a infância em Porto Alegre (RS). Lá, começou a estudar música aos oito anos, com João Batista Casson. Aos 13 anos, ingressou no conservatório. Logo depois, voltou ao Rio de Janeiro. Estudou no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em piano, com medalha de ouro, em 1919. Foi um dos grandes professores de piano atuantes no Rio de Janeiro, a partir de 1920.
Um dos instrumentistas mais requisitados pelas orquestras atuantes desde os anos 1920, no Rio de Janeiro. Foi professor de Sinhô, o Rei do Samba, de quem se tornou grande amigo. Atuou também como compositor, principalmente nas décadas de 1920 e 1930. Compôs sua primeira música, um xote intitulado "Morena", aos 15 anos. Em 1919, passou a trabalhar na orquestra de Cícero de Meneses, que se apresentava no Cine Avenida.
Em 1920, foi convidado pelo maestro Ábdon Milanez para integrar, como violinista, o conjunto de bordo do navio "São Paulo", em que o Rei Alberto da Bélgica veio ao Brasil. O quinteto era formado por ele ao violino, Guálter Adolfo Lutz na viola, Frutuoso Viana ao piano, Newton Pádua no violoncelo e Mário Ronchini no violino. Propôs incorporar ao repertório erudito do grupo, canções populares como sambas, maxixes, tangos, principalmente composições de Sinhô. O rei Alberto e sua esposa apreciaram muito e mostraram-se encantados com as composições do Rei do Samba. Foi por intermédio dele que Sinhô fez chegar às mãos do nobre casal uma pasta com suas composições, com a seguinte dedicatória: "A Suas Altezas Rei Alberto I e Rainha Elizabeth, oferece com admiração e respeito José Barbosa da Silva, Sinhô". Na verdade foi ele que se encarregou de reunir em uma fina pasta de couro, com a dedicatória gravada em ouro, as partituras que o amigo havia entregue, ingenuamente, em capa de papelão ordinário. O grupo acabou recebendo a Palma de Ouro da Coroa, condecoração oferecida pelo Rei da Bélgica. Integrou várias orquestras e conjuntos cariocas como violinista e pianista.
Em 1923, atuou na Brazilian Jazz, organizada pelo baterista J. Tomás, que se apresentava no Cinema Central e em teatros de revista. No mesmo período, atuaou na Jazz-Band Beira Mar Cassino, ao lado de Donga, Sebastião Cirino e Cícero de Meneses, entre outros. Logo depois, foi integrante da Carlito Jazz, orquestra criada pelo baterista Carlito Blassifera, a pedido da proprietária da Companhia Bataclan de Teatro, que se apresentava no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Com a Carlito Jazz, excursionou pelo Brasil e por Paris (França).
Escreveu várias partituras para teatro de revista. Compositor de valsas, sambas, choros, canções e jongos, entre outros gêneros. Em 1928, seu tango canção "Aves sem ninho", foi gravado por Francisco Alves na Odeon. No ano seguinte, teve mais três composições gravadas por Francisco Alves na Odeon: o samba "Dando o valor (Samba do afeto)", a marcha "Carnaval" e o fox trot "Isto é o Brasil", parceria com Freire Jr. Ainda no mesmo ano, Laís Areda gravou, tembém na Odeon, seu choro "Morena brasileira" e Oscar Gonçalves, a canção "Quando bate a Ave-Maria".
Em 1930, compôs com Luiz Peixoto a canção "Meu natal" e com Marques Porto e Luiz Peixoto a toada "Preto e branco", gravadas por Aracy Cortes na Odeon. No mesmo ano, a mesma Aracy Cortes gravou suas canções "Alma da rua", com Luiz Iglesias e "Chamego", com Marques Porto e Luiz Peixoto. Também em 1930, gravou com Aracy Cortes o batuque "No morro (Eh! Eh!), de Ary Barroso e Luiz Iglesias. Participou no mesmo ano tocando violino e Heckel Tavares ao piano da gravação das canções "Pra sinhozinho drumi" e "No Pegi de Oxossi", de Heckel Tavares e Luiz Iglesias, registradas por Francisco Alves. Ainda na mesma época, escreveu com Ary Barroso a partitura e foi o regente da orquestra na revista "Vai dar o que falar", de Marques Porto e Luiz Peixoto encenada no Teatro João Caetano. Em 1931, Patrício Teixeira gravou seu samba "Bateu asas", parceria com André Filho. No mesmo ano, compôs com Luiz Peixoto seu primeiro sucesso, o fox blue "O que foi que eu fiz", lançado no palco por Zaíra Cavalcanti, e gravado por Elisa Coelho na Parlophon. Também no mesmo ano, compôs com Luiz Peixoto a canção "Na malandragem eu nasci" gravada por Sílvio Vieira na Victor. Em 1939, seu samba "E não esqueço de você", em parceira com Ernâni Campos, foi gravado por Francisco Alves na Odeon. No mesmo ano, a toada "Preto e branco" foi regravada como batuque por Almirante e Carmen Miranda na Odeon.
Chegou a ser o primeiro violino da Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, da qual foi integrante até se aposentar. Ao final da vida, a partir de 1968, visitava com frequência o Museu da Imagem e do Som, de cujo diretor, R. C. Albin, se fez amigo e a quem confidenciou que, dentre todos seus alunos ao piano, o mais cheio de bossa e de ritmo foi Sinhô, o José B. da Silva, a quem considerava um dos expoentes máximos do samba brasileiro.

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